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adal_abade
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Tire as mãos do meu carro! – uma frase paulistana

Mensagem por adal_abade »

Pessoal,

Falamos muito de freio e motor mas como somos um clube bem eclético, e sempre que o assunto é carro a gente encontra um espaço aqui. Quero deixar um texto que transcrevo abaixo que extraí de um Blog que leio muito. Assim como o autor fico preocupado com a situação social externada no nosso trânsito e principalmente em SP.

Espero que nenhum c4 do clube tenha um alto falante de carro de pamonha como esses. a Não ser que seja pra chamar os amigos pra tomar umas.... rsrsrsr

Segue o texto:

Tire as mãos do meu carro! – uma frase paulistana

Critiquei o comentário tosco do prefeito de São Paulo ao tratar do frio a que estão submetidos moradores de rua no meu último post. É incrível mas, quando toco nesse assunto, há uma enxurrada de manifestações raivosas e, entre elas, a frase que representa toda a sabedoria reacionária: “Tá com dó, leva pra casa”. Para dar continuidade ao assunto, resgatei uma história que já havia discutido aqui.

Um Beetle (o Fusca reestilizado da Volkswagen) cor-de-rosa pára no cruzamento da avenida Henrique Schaumann com a rua Cardeal Arcoverde, área nobre da cidade de São Paulo. No interior, apesar dos vidros fechados, dá para ver uma moça por volta de seus 20 anos e um rapaz da mesma idade, ambos aparentando alta classe social. Finos. Um velho homem, sem-teto, se aproxima do carro para pedir uma esmola. A idade pesa e ele encosta no capô enquanto faz o pedido aos ocupantes.

Pânico rosa-choque. A menina gesticula freneticamente. Aperta um botão no painel de seu carro e liga um alto-falante para falar com o mundo exterior: “Tire as mãos do carro!”

O idoso, surpreso, obedece. O semáforo abre e o carro arranca.

Ações explícitas de preconceito social no trânsito, travestidas do verniz de “temor por segurança”, não páram de me surpreender. De início, foram os carros blindados, que levam para as ruas da cidade a sensação de encastelamento dos condomínios fechados ou das mansões muradas. Sentimento falso, pois não são muros, chapas de aço ou um sisteminha de microfone/alto-falante de carro de pamonha que garantirá segurança aos moradores de uma metrópole como São Paulo. É bom como efeito placebo, para se enganar, mas, mais dia ou menos dia, as “hordas bárbaras” vão engolir a “civilização”. Ou seja, uma hora a bomba estoura.

São Paulo tem mais de 11 milhões de habitantes, mas apenas uns poucos são efetivamente cidadãos, com acesso a todos os seus direitos previsto em lei. Lembra a antiga Atenas, com uma democracia para uns poucos iluminados e o trabalho pesado para o grosso da sociedade, composta de escravos. Enquanto uns aproveitam uma vidinha “segura” dentro de clubes, restaurantes, boates, residenciais e carros com alto-falantes, outros penam para sobreviver e ser reconhecidos como gente. Para casa assassinato em Moema, 130 são mortos no Grajaú. Só que a morte de uma jovem em Moema causa mais impacto na mídia do que a de 130 na periferia, como já aconteceu em outros tempos. Tem vida que vale mais que outras, por causa do dinheiro.

Qual a causa da violência? A resposta não é tão simples para ser dada em um post de blog, mas com certeza a desigualdade social e a sensação de desigualdade social está entre as principais razões.

O preconceito da proprietária do Fusca estiloso vai no sentido contrário a uma solução, isolando os ricos ainda mais, deixando-os alheios ao sofrimento do resto da cidade. E, pior, dando aos mais pobres a sensação de que são lixo. Corta-se com isso a dimensão de reconhecer no outro um semelhante, com necessidades, e procurar um diálogo que construa algo e não destrua pontes. Há riscos de assaltos? Sempre há e eles vão acontecer. Mas deve se ter em mente que há atitudes que pioram o quadro. Ou a cidade será boa para todos ou a aristocracia que sobrar após o caos não conseguirá aproveitar sua pax paulistana.

Link: http://blogdosakamoto.uol.com.br/2011/0 ... aulistana/
[b][color=#000040]Imagina nóis de Audi, ou de [u]Citröen[/u], indo aqui, indo ali, Só pam, De vai e vem,
Aí truta, é o que eu acho, Quero também,
[u]Mas em São Paulo, Deus é uma nota de 100,[/u]
VIDALOKA!!![/color][/b]

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Almarcal
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Re: Tire as mãos do meu carro! – uma frase paulistana

Mensagem por Almarcal »

É... realmente...

Trabalho em São Paulo e a correria do dia a dia simplesmente tira das pessoas o mínimo de educação e cavalheirismo...

Coisas simples, como um "Bom dia", "Por Favor" e "Obrigado" são cada vez mais difíceis de se presenciar...

Eu moro em Itatiba, que tem menos de 100.000 habitantes... e as vezes me surpreendo quando estou andando na rua, e alguém, que nunca vi na vida, me dá um bom dia com sorriso no rosto... aí, paro, penso, e lembro que existe mais do que "On, Off, Enter, Esc" pra se aproveitar na vida...rsrsrs...

Alguém tem uma vaga pra trabalho no interior de São Paulo, região de Itatiba, Campinas, Jundiaí?? rsrsrsrs
VTR 09 Prata + xenon direcional = Silver Surfer
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Teto Preto / Antena C5 / Discos Frisados Powerbrakes / Pastilhas EBC

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ioreh
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Re: Tire as mãos do meu carro! – uma frase paulistana

Mensagem por ioreh »

é importante saber desacelerar sob o risco de virar uma perua histérica com um fusca cor de rosa que grita e cheia de não me toque...

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