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Disputar o público jovem do segmento de hatchs médios é uma tarefa cada vez mais difícil. Isso se deve a grande oferta de opções para esse mercado. Com esse foco, a Citroen do Brasil incluiu, no início de 2009, o C4 hatch na sua gama de produtos (a Citroën faz questão de frisar que a nova versão se chama apenas C4, e não C4 Hatch). Este é o quinto e último membro da família C4 (composta pelo VTR duas portas, o sedan Pallas e as minivans Picasso e Grand Picasso). O C4 hatch foi o modelo que mais tempo demorou a chegar ao Brasil: quatro anos e meio após a sua estréia no Salão de Paris de 2004. Vale destacar, que na Europa, já houve alterações de estilo na parte dianteira no C4.
A Citroën não contava com um hatch médio de quatro portas, no mercado nacional, desde o fim do Xsara, em 2003. Agora, o C4 hatch, importado da Argentina chega muito bem adaptado às condições sul-americanas, a começar pela opção de dois tipos de motores Flex: 1,6 e 2,0 litros, ambos 16 válvulas. O foco de nossa avaliação é o C4 hatch, com motor 2,0 litros e câmbio manual, na versão topo de linha Exclusive, com todos os opcionais.
Visual
À primeira vista, o C4 parece um automóvel de maior porte. Com o melhor coeficiente aerodinâmico da categoria, (Cx 0,29) o carro chama a atenção pelas linhas fluidas. A frente é a mesma do VTR como também do Pallas, com o chevron destacado no centro com duas linhas que correm em direção aos faróis, estes ligeiramente alongados em direção a lateral. O parabrisa acentuadamente inclinado, também prolonga o desenho do capô. Visto de lado, o C4 hatch tem um desenho limpo, sem vincos marcantes. Sua linha de cintura alta, e o teto longo com caimento para trás, são sua marca registrada.
O destaque é a traseira. Neste modelo, a tampa do porta-malas tem um caimento suave e arredondado, ao contrário da traseira com caimento abrupto do VTR. O visual bastante arredondado, e as lanternas subindo ao longo do vidro traseiro até o pequeno defletor de ar no topo, compõem a característica marcante do estilo. No conjunto, o C4 tem uma silhueta moderna, robusta e diferenciada.
Tamanho
Ao contrário da maioria dos concorrentes, o C4 usa distâncias entre eixos diferentes entre hatch e sedã, sendo: 2,61 e 2,71 metros, respectivamente. A diferença chega a expressivos 51 centímetros no comprimento (4,26 contra 4,77 m). Quem se habituou ao tamanho do Pallas pode estranhar a traseira curta. O espaço para pernas no banco traseiro ficou menor, mas os passageiros se acomodam bem, dentro da média da categoria. Também é grande a perda no compartimento de bagagem, que se reduz dos 513 litros no sedã, para 320 litros no hatch
Motor e Câmbio
O motor 2,0 litros - 16 válvulas presente no C4, aliado ao câmbio manual de cinco marchas, assegura um excelente desempenho ao carro. São 151 cavalos de potência máxima com álcool, à 6.000 rpm (143 cv quando abastecido com gasolina). Quando comparado a concorrentes diretos, o C4 fica no topo da tabela, quando o assunto é desempenho. A velocidade máxima é superior a 200 km/h e a aceleração de 0 a 100 km/h acontece em pouco mais de 8 segundos. Vale destacar que o Peugeot 307 hatch 2.0, utiliza exatamente o mesmo motor.
O câmbio manual de 5 marchas tem relações muito curtas. Por um lado, isso reforça o alto desempenho tornando a condução bastante esportiva, assegurando respostas rápidas e eficientes. Por outro lado, ao se manter o carro numa velocidade constante de 120 km/h, faz com que o giro do motor fique relativamente elevado, produzindo muito ruído no interior do carro. É como se o motor estivesse pedindo por uma sexta marcha, que não existe. De fato, se o câmbio tivesse uma 6° marcha, com a função de overdrive, tornaria as viagens em estradas mais confortáveis, além de contribuir com um menor consumo de combustível. E por falar em combustível, o consumo não é baixo. Na estrada, quando abastecido com álcool, a média fica em 8,5km/l. Já na cidade, a média cai para a casa dos 6 km/l. Mas, alto desempenho e economia, são características que nunca andam juntas. Fica claro que o C4 hatch, com câmbio manual, é um carro para quem gosta de velocidade. Com um tanque de 60 litros, a autonomia fica dentro da média dos concorrentes.
Suspensão
A suspensão do hatch está adaptada a realidade sul-americana. Adaptado às vias brasileiras, o C4 vendido aqui é 10 mm mais alto que o europeu e tem novas configurações de amortecimento. Fica claro que a Citroen fez uma ajuste focando o conforto dos ocupantes. O conjunto de suspensão absorve ao máximo as imperfeições do solo, proporcionando um rodar bastante macio. Na cidade, é um primor de conforto para encarar os piores congestionamentos, em ruas com piso de baixa qualidade.
Mas o elevado conforto não rima com o alto desempenho do motor. O ideal seria uma suspensão como a do VTR, ligeiramente mais firme. Do jeito que está, é uma suspensão que tende a “flutuar” muito em desníveis na estrada. O motivo disso é simples: como a procura pelo C4 hatch, com motor 2.0 litros, é maior quando o veículo está equipado com câmbio automático de 4 marchas, a marca foca o cliente que busca conforto, em primeiro lugar.
Interior e Acabamento
O interior do C4, assim como o design, busca o diferente e o atípico com conceitos vanguardistas. Uma novidade implementada pela família C4 como um todo é o volante com comandos centrais fixos. Outro conceito também no C4 hatch é a completa ausência de marcadores analógicos com ponteiros. Tanto o velocímetro como o conta-giros são digitais, dando a idéia de elementos futurista. O acabamento segue a linha do bonito e requintado. O revestimento em couro é de boa qualidade e agradável ao toque. Alguns cromados e detalhes em alumínio completam a elegância. Por outro lado, mesmo sendo bonito, trata-se de um acabamento que não é primoroso na precisão de montagem, e tende a gerar ruídos mesmo com pouco tempo de uso.
Volante de centro Fixo
Uma exclusividade da marca é o volante com comandos centrais fixos. Este agrupa as principais funções de conforto e de ajuda à direção. Esta disposição ergonômica além de facilitar o controle do motorista contribui com o aumento da segurança, já que otimiza a eficiência do air-bag, pois este sempre abre numa posição ideal, uma vez que não gira junto com o volante.
O volante agrupa no seu centro as principais funções de conforto e de ajuda à direção. Assim, os comandos são repartidos em quatro zonas distintas: a área na parte alta direita agrupa as funções do rádio: regulagem do volume, mudança de estação, procura das estações memorizadas e função mudo; na parte baixa direita encontra-se o acesso ao menu do display multifunções, notadamente o computador de bordo; a parte superior esquerda é dedicada ao limitador e ao regulador de velocidade. Caso o motorista opte por uma destas ajudas à direção, um pictograma informa, no display translúcido, o modo selecionado e a velocidade programada;os comandos agrupados embaixo e à esquerda são destinados ao “black panel” e ao comando para a reciclagem do ar.
A buzina se encontra na parte inferior do volante. As funções habituais de direção (iluminação e limpeza do pára-brisa) são mantidas numa posição padrão, com dispositivos de acionamento clássicos. No centro da parte fixa está um display que exibe informações como conta-giros, indicadores dos pisca-piscas e dos faróis. A cor de fundo do conta-giros (laranja) passa à vermelha indicando o limite de rotação de motor, apenas nos veículos com câmbio manual.
Já o display que fica no centro do painel possui uma lâmina translúcida, e traz as seguintes informações: velocidade; nível de gasolina e a autonomia; temperatura do motor; quilometragem total e parcial; parâmetros de velocidade do regulador e do limitador e indicador de manutenção. A implantação do display no centro do painel permite à lâmina translúcida receber luz externa, mudando a cor de fundo, que passa de branca durante o dia, a laranja à noite.
Equipamentos
O C4 hatch é um carro que sai de fábrica bem equipado, mesmo já na versão de entrada. Mesmo na opção GLX, o C4 sai com uma extensa lista de itens de série, que inclui freios a disco nas quatro rodas com sistema antitravamento (ABS) e auxílio em frenagens de emergência (AFU), rodas de alumínio (de 15 pol com pneus 195/65), rádio/CD Player compatível com MP3, computador de bordo, porta-luvas refrigerado, air-bags frontais, banco do motorista com regulagens de altura e lombar, volante ajustável em altura e distância, ajuste elétrico de altura dos faróis, controlador e limitador de velocidade, controle elétrico dos vidros com simples toque para todos, banco traseiro é bipartido 60/40, travamento das portas a distância e cintos de três pontos para os cinco ocupantes.
A versão Exclusive oferece uma lista ainda maior de itens de conforto e segurança. Além dos confortáveis bancos revestidos em couro, vem com air-bags laterais nos bancos dianteiros e tipo cortina no teto, sensores de estacionamento traseiros, conectividade Bluetooth para viva-voz (via celular) com controle no volante, ar-condicionado digital e automático com regulagem independente para motorista e passageiro, acionamento automático de faróis e limpador de parabrisa, retrovisor interno fotocrômico, pneus 205/55 R16, volante e pomo de câmbio revestidos em couro e o difusor de perfume no sistema de ventilação do carro.
E quem ainda quer mais, existe a opção do pacote Tecnologique. Esse compreende faróis de Xenon direcionais, banco do motorista com todos os ajustes elétricos, retrovisores externos com rebatimento elétrico, sensores de estacionamento dianteiros e controle de estabilidade (ESP) aliado ao controle de tração (ASR).
Preço e Concorrentes
O C4 com motor 2.0 e câmbio manual, na versão Exclusive custa a partir de R$ 65.500 (incluindo uma das seis opções de pintura metálica). O C4 é comercializado nas cores Perla Nera (preta), Gris Aluminium (prata), Gris Fer (cinza), Gris Cendré (pérola), Bleu de Chine (azul) e Rouge (vermelho). Entre seus concorrentes estão: VW Golf 2.0, Ford Focus hatch 2.0, GM Vectra GT-X, Peugeot 307 hatch 2.0, Nissan Tiida 1.8 e o Fiat Stilo 1.8.
